terça-feira, 13 de março de 2012

RICARDO TEIXEIRA RENUNCIA !

Ricardo Teixeira deixa à CBF após 23 anos no poder


Ricardo Teixeira renunciou ontém (12/03/2012) o cargo de presidente da Confederação Brasileira de Futebol – CBF, após 23 anos no poder.
Em carta lida pelo seu sucessor José Maria Marin, novo presidente da CBF, Ricardo Teixeira alega deixar a CBF para cuidar de sua saúde e de sua família. O ex-presidente renunciou também ao cargo que exercia no COL (Comitê Organizador Local) da Copa do Mundo de 2014.
A Era Ricardo Teixeira iniciou-se em Janeiro de 1989 e foi marcada por muitos escândalos, denúncias, títulos (02 Copas do Mundo), polêmicas, por algumas decisões certas (como a criação da Copa do Brasil e a implantação do sistema de pontos corridos no Campeonato Brasileiro) e muita confusão na parte política. Encerrada agora em 12/03/2012 gera sentimentos opostos, como uma grande alegria a todos os amantes do futebol e ao mesmo tempo a incerteza do futuro já que seu sucessor é do mesmo grupo político e disse que irá manter a mesma linha de administração do ex-presidente. Eu particularmente acredito que pouca coisa mudará com José Maria Marin no comando. Não será uma mudança de atitudes e de mentalidade.Ficamos na torcida que isso aconteça a partir das próximas eleições que teremos para presidente da CBF em 2014.

Leia abaixo a integra da carta renuncia do ex-presidente Ricardo Teixeira.

"Ser presidente da CBF durante todos esses anos representou na minha vida uma experiência mágica. O futebol, no Brasil, é mais que esporte, mais que competição. É a paixão que envolve, é o sofrimento que alegra, é a fidelidade que unifica. Por essas razões, pensei muito na decisão que ora comunico e Presidir paixões não é tarefa fácil. Futebol em nosso país é sempre automaticamente associado a duas imagens: talento e desorganização. Quando ganhamos, despertou o talento. Quando perdemos, imperou a desorganização.
Fiz, nestes anos, o que estava ao meu alcance, sacrificando a saúde, renunciando ao insubstituível convívio familiar. Fui criticado nas derrotas e subvalorizado nas vitórias. Mas isso é muito pouco, pois tive a honra de administrar não somente a Confederação de Futebol mais vencedora do mundo, mas também o que o ser humano tem de mais humano: seus sonhos, seu orgulho, seu sentimento de pertencer a uma grande torcida, que se confunde com o país.
Ao trazer a Copa de 2014, o Brasil conquistou o privilégio de sediar o maior e mais assistido evento do mundo, se inseriu na pauta mundial, alavancou mais a economia e aumentou o orgulho de todo o povo brasileiro.
Tentei, no limite das minhas forças, organizar os talentos. Nas minhas gestões, criamos os campeonatos de pontos corridos e a Copa do Brasil, aumentamos substancialmente as rendas do futebol brasileiro, desenvolvemos o marketing e, principalmente, vencemos.
Hoje, deixo definitivamente a presidência da CBF com a sensação do dever cumprido. Não há sequência de ataques injustos que se rivalizem à felicidade de ver, no rosto dos brasileiros, a alegria da conquista de mais de 100 títulos, entre os quais duas Copas do Mundo, cinco Copas América e três Copas das Confederações. Nada maculará o que foi construído com sacrifício, renúncia e dor.
A mesma paixão que empolga, consome. A injustiça generalizada, machuca. O espírito é forte, mas o corpo paga a conta. Me exige agora cuidar da saúde.
Em obediência ao estatuto da CBF, mais precisamente ao disposto em seu artigo 37, você, meu vice-presidente e ex-governador de São Paulo, José Maria Marin, passa a presidir a CBF. A você, desejo sorte, para que o talento se revele na hora certa; discernimento, para que o futebol brasileiro siga cada vez mais organizado e respeitado; e força, para enfrentar as dificuldades que certamente virão.
Deixo a CBF, mas não deixo a paixão pelo futebol. Até por isso, a partir de hoje e sempre que necessário, coloco-me à disposição da entidade. Reúno-me com mais força à minha família, que entendeu minha missão, apoiou-me sempre e me faz ainda mais feliz.
Agradeço de maneira especial aos presidentes de clubes e das federações estaduais, aos dirigentes e colaboradores da CBF, amigos leais em quem sempre encontrei apoio incondicional para o desempenho de meu trabalho.
À torcida brasileira, meu muito obrigado. Nunca me esquecerei das taças sendo erguidas. Elas estão no coração de cada um de nós. Elas são um pedaço do Brasil."




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